Recentemente, os reajustes dos planos de saúde individuais e familiares para o período de maio de 2024 a abril de 2025 foi limitado pela Agência Nacional de Saúde a 6,91%. Este reajuste aplicado aos planos de saúde individuais e familiares é um dos menores índices registrados nos últimos dez anos. A decisão foi tomada considerando uma série de fatores econômicos e de mercado, e busca equilibrar as necessidades das operadoras de planos de saúde com a capacidade de pagamento dos consumidores.

Redução do impacto dos reajustes dos planos de saúde com o uso da tecnologia

Para falar sobre os reajustes dos planos de saúde, a Moltrio conversou com Guilhermino Afonso, que trabalha com gestão de dados na área de saúde suplementar. A live foi transmitida em nosso canal no YouTube, disponível aqui, e discutiu como a tecnologia e a gestão de dados podem contribuir significativamente para amenizar o impacto do reajuste dos planos de saúde. O principal desafio mencionado foi a gestão eficiente de uma carteira com mais de 500 mil vidas e como o uso de tecnologias avançadas de análise de dados permite uma melhor compreensão dos padrões de utilização dos serviços de saúde, possibilitando uma alocação mais eficiente de recursos e a identificação de oportunidades para a redução de custos. 

No contexto atual de aumento dos custos de saúde, a aplicação de tecnologias avançadas se tornou essencial para operadoras e corretoras de planos de saúde. Ferramentas de big data e inteligência artificial desempenham um papel fundamental neste cenário, oferecendo soluções inovadoras para enfrentar os desafios financeiros impostos pelos reajustes dos planos de saúde. Estas tecnologias ajudam a prever a demanda por serviços médicos, personalizar tratamentos, otimizar a gestão dos cuidados e identificar inconsistências, levando a uma diminuição geral das despesas. A seguir, apresentamos algumas ações práticas que visam a redução de custos, baseadas na utilização dessas ferramentas avançadas.

Redução da sinistralidade com o uso de wearables

Dispositivos como o “Wear OS”, “Apple watch, Smartwatch” e outros relógios e pulseiras, podem contribuir para a redução da sinistralidade. Esses dispositivos monitoram em tempo real diversos parâmetros de saúde dos usuários, como batimentos cardíacos, níveis de atividade física e qualidade do sono. Essa coleta contínua de dados permite intervenções mais rápidas e preventivas, reduzindo a necessidade de tratamentos emergenciais e hospitalizações. Com uma monitorização mais precisa e constante, os planos de saúde podem incentivar comportamentos mais saudáveis e prevenir doenças, o que diminui os custos associados ao tratamento de condições crônicas ou agudas.

Benefícios dos wearables para pacientes crônicos

Pacientes com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, podem usar wearables para monitorar continuamente suas condições em casa e receber alertas em tempo real sobre quaisquer alterações significativas em seus parâmetros de saúde. Isso permite uma gestão mais eficaz das condições crônicas, evitando complicações graves e internações frequentes. Além disso, os dados coletados podem ser compartilhados com profissionais de saúde para ajustes personalizados nos tratamentos, melhorando os resultados de saúde e reduzindo os custos a longo prazo.

Essas tecnologias de monitoramento de maneira remota representam uma evolução significativa na gestão de saúde, oferecendo benefícios tanto para os consumidores quanto para as operadoras de planos de saúde.

Tecnologias contratadas por corretoras para reduzir as mensalidades 

As corretoras de seguros já estão adotando várias tecnologias inovadoras para reduzir os custos operacionais e, consequentemente, as mensalidades para os clientes. Entre essas tecnologias estão:

1. Auditoria: as auditorias pré e pós uso dos convênios permitem identificar duplicidade de consultas ou exames e o mal uso de reembolsos, identificando inconsistências e fraudes, reduzindo assim a sinistralidade. 
2. Telemedicina: reduz os custos com atendimentos médicos e consultas presenciais, oferecendo uma alternativa mais econômica e acessível, principalmente em regiões onde o serviço de saúde é mais precário e escasso.
3. Automação de processos: automatização de tarefas administrativas e operacionais, como processamento de reivindicações e atendimento ao cliente, reduz custos e melhora a eficiência.
4. Plataformas digitais: uso de aplicativos como o atendimento via Whatsapp e plataformas online para facilitar a compra, gestão e uso de seguros, aumenta a conveniência e reduz custos com infraestrutura física.

Mudança na interpretação do Rol da ANS e impacto dessa mudança 

A interpretação do Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) passou por mudanças significativas. O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que lista os tratamentos e exames que devem ser cobertos pelos planos de saúde, foi considerado como uma lista exemplificativa e não mais taxativa, o que significa que alguns procedimentos que não estão listados no Rol podem vir a ser cobertos pela operadora.  

Impacto das mudanças:

• Para os consumidores: se o Rol for interpretado como taxativo, pode restringir o acesso a tratamentos e exames que não estão explicitamente listados, aumentando o risco de judicializações por estes processos, com pacientes buscando cobertura para tratamentos não listados. 
• Para as operadoras de saúde: uma interpretação taxativa pode limitar a obrigatoriedade de coberturas, potencialmente reduzindo custos operacionais, mas também pode resultar em maior insatisfação dos clientes e aumento de litígios e cancelamentos.

Sinistralidade x inflação

A inflação médica tende a ser superior à inflação geral, devido ao aumento constante dos custos de tecnologias médicas, medicamentos e procedimentos e a previsão da inflação médica para este ano gira em torno de uma média de 14%, podendo chegar a 25% em alguns casos. 

A tendência é que a sinistralidade continue a crescer, impulsionada pela inflação médica e por isso as seguradoras precisarão ajustar suas estratégias, possivelmente repassando os aumentos de custo para as mensalidades dos planos de saúde ou utilizando de mecanismos tecnológicos para reduzir a sinistralidade e o repasse para o consumidor não ser tão elevado. 

Negociação dos reajustes empresariais x PME

A negociação dos reajustes dos planos de saúde pode variar significativamente entre grandes empresas (empresariais) e pequenas e médias empresas (PMEs).

Para grandes empresas:

• Maior poder de negociação devido ao volume de vidas seguradas.
• Possibilidade de negociar reajustes dos planos de saúde menores ou obter melhores condições contratuais.

Para PMEs:

• Menor poder de negociação, geralmente resultando em reajustes mais altos.
• Dependência de pacotes padronizados, com menos flexibilidade para personalizações e negociações específicas.

Ferramentas da Moltrio

A Moltrio implementou uma nova funcionalidade na sua plataforma que permite que as corretoras que operam com plano de saúde PME apliquem os reajustes dos planos de saúde para todos os seus contratos de uma só vez. Esta ferramenta utiliza tecnologias avançadas para otimizar a gestão de apólices e sinistros, proporcionando uma experiência mais eficiente tanto para as corretoras quanto para os segurados. A nova solução oferece redução do tempo gasto em tarefas manuais e repetitivas, permitindo que os funcionários se dediquem a atividades que exigem mais tempo e atenção. A ferramenta da Moltrio também possibilita  a integração com outras plataformas digitais e aplicativos, facilitando o acesso e a gestão de informações em tempo real de qualquer lugar em que você esteja. Tudo 100% online. 

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